Durante a
juventude de Gideão, a nação pagã de Midiã aterrorizava os israelitas, roubando
sua comida e tomando tudo o mais que quisesse. Um dia, ele estava malhando o
trigo no fundo de um tanque de prensar uvas para que os midianitas não vissem.
Enquanto trabalhava, o anjo do Senhor foi até ele e o saudou com animação: “O
Senhor está com você, poderoso guerreiro” (JZ 6:11).
Gideão deve
ter dado risada. “Eu? Guerreiro? Não viu onde estou? Não vê o que estou
fazendo? Você não imagina porque aqui embaixo neste buraco, quando a maneira
normal de malhar trigo é lá em cima, onde o vento sopra livremente para separar
a palha?” As palavras do anjo pareciam gozação para ele. Gideão lembrou o anjo
de que era o mais novo de sua família e pertencia ao clã menos importante de
meia tribo de Manassés (6:15).
Contudo,
Deus quis comunicar exatamente o que o anjo disse. Ele tinha uma missão para
Gideão: “Com a Força que você tem, vá libertar Israel das mãos de Midiã”. E
como aquele rapaz realizaria um feito tão improvável? “Eu estarei com você”,
respondeu o Senhor, “e você derrotará
todos os midianitas como se fossem um só homem” (6:14,16).
Deus viu o
que Gideão não conseguia enxergar e se propôs a conduzir o rapaz pacientemente,
para que ele se transformasse no que jamais havia sonhado que pudesse ser.
Gideão não
se tornou um “poderoso guerreiro” da noite para o dia. Em primeiro lugar, Deus
lhe deu uma pequena, mas importante tarefa: destruir o altar da cidade, erguido
ao Deus Baal. Ele fez como o Senhor ordenara, mas à noite, para que não fosse
visto (6:25-27).
Depois
disso, Gideão estava pronto para a segunda etapa de seu desenvolvimento. Deus o
encheu com o seu Espírito e o fez convocar um exército para atacar Midiã
(6:33-35). Contudo, Gideão ainda tinha dúvidas. Por duas vezes, ele pediu que o
Senhor lhe desse um sinal incomum para provar que, de fato, cumpriria a
promessa feita anteriormente. E, por duas vezes, Deus mostrou a Gideão que sua
palavra era verdadeira (6:36-40).
Finalmente,
chegou a hora de Gideão e seu exército – 32 mil soldados ao todo – atacarem as
forças de Midiã, uma coalizão de 135 mil valentes. Gideão havia testado Deus,
mas agora Deus é que viraria a mesa e testaria Gideão. O Senhor instruiu Gideão
a enviar a maioria dos soldados para a casa até que os restantes somassem
apenas trezentos. Por quê? “A fim que
Israel não se orgulhe contra mim, dizendo que a sua própria força o libertou”,
disse o Senhor (7:2).
Gideão
aceitou, e, naquela noite, Deus o transformou no “poderoso guerreiro” que o
anjo havia profetizado. Por meio de um dos planos de batalha mais estranhos já
concebidos, o Senhor afugentou os midianitas, dando início a cerca de quarenta
anos de paz, período que durou pelo restante da longa vida de Gideão (8:28).
Séculos
mais tarde, o apóstolo Paulo escreveu palavras com as quais Gideão certamente
concordaria: “Mas por isso mesmo alcancei misericórdia, para que em mim, o pior
dos pecadores,”Cristo Jesus demonstrasse toda a grandeza da sua paciência,
usando-me como um exemplo para aqueles que nele
haveriam de crer para a vida eterna” (1Tm 1:16)
Moral da História: Nunca duvide da paciência e da sabedoria
de Deus.
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