26 de set. de 2013

TÍMIDO, MAS PRODUTIVO

Muitos de nós evitam se envolver no ministério porque dizemos a nós mesmo que não temos o temperamento adequado. Ouvimos o que dizem Pedro, o impetuoso, ou Paulo, o apóstolo ousado, e pensamos: “Ei, eu não sou assim. Eu não me levantaria nem diante de três pessoas para falar, quando mais diante de uma multidão. Vou deixar o ministério para os profissionais”.
            Contudo, Deus não pensa dessa maneira. Analise Timóteo, a “Prova A”.
            Timóteo cresceu num lar dividido. Embora sua mãe judia tenha se tornado cristã, não há indicativos de que seu pai grego tenha aceitado a fé. Parece que tanto Timóteo quanto sua mãe aceitaram a Cristo durante a primeira viagem de Paulo, quando o apóstolo visitou Listra, a cidade natal deles. Na segunda viagem do apóstolo por aquela área, ele notou Timóteo, uma vez que “os irmãos de Listra de Icônio davam bom testemunho dele” (At 16:2). Paulo e Timóteo desenvolveram uma grande proximidade, e o apóstolo se tornou mentor espiritual do rapaz.
            Daquela época em diante, Timóteo acompanhou Paulo diversas vezes em suas viagens, às vezes permanecendo mais atrás e em outras ocasiões trabalhando com outro em “equipes avançadas”, pavimentando o caminho para a chegada do apóstolo (At 17:14; 18:5; 19:22; 20:4). Paulo Amava cada vez mais aquele jovem, como se ele fosse um parente de sangue. Ele o considerava seu “cooperador’’ (Rm 16:21) e “irmão” (2Co 1:1). Mais do que isso, porém, ele o via como um “amado filho” (2Tm 1:2), seu “filho amado e fiel no Senhor” (1Co 4:17) e seu “verdadeiro filho na fé” (1Tm 1:2). Ele podia dizer: “Não tenho ninguém que, como ele, tenha interesse sincero pelo bem-estar de vocês [...] Timóteo foi aprovado porque serviu comigo no trabalho do evangelho como um filho ao lado de seu pai” (Fp 2:20,22).
            Contudo, Timóteo não era Paulo; Paulo era exemplo e mentor para seu filho na fé, mas Timóteo não era espelho dos pontos fortes do apóstolo. Enfrentava dificuldades como o medo e a hesitação, por isso Paulo admoestou seu pupilo tímido: “Pois Deus não nos deu espírito de covardia, ma de poder, de amor e de equilíbrio. Portanto, não se envergonhe de testemunhar do Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro dele, mas suporte comigo os meus sofrimentos pelo evangelho, segundo o poder de Deus” (2Tm 1:7-8). O Apóstolo instruiu aqueles que viriam a ser seus anfitriões: “Se Timóteo for, tomem providências para que ele não tenha nada que temer enquanto estiver com vocês [...]. Portanto, ninguém o despreze” (1Co 16:10-11).
            Timóteo provou que Deus pode usar – e de fato usa – todo tipo de temperamento no ministério. A grande pergunta para casa um de nós é esta: “Quero que Deus me use?”.


Moral da História: Ser eficiente para Deus depende do poder divino, não do temperamento humano.

6 de set. de 2013

DA MONTANHA PARA O VALE

Em todos os evangelhos, o apóstolo Pedro demonstra continuamente como deus gosta de usar seres humanos comuns para alcançar objetivos celestiais. Considere apenas algumas de suas estonteantes subidas ao topo da montanha e suas assustadoras descidas ao fundo do vale.
Quando Jesus e os discípulos visitavam a região de Cesareia de Felipe, o mestre perguntou: “quem os outros dizem que o filho do homem é?”. Os discípulos deram várias respostas – nenhuma delas correta. Mas Pedro bradou: “tu és o cristo, o filho do deus vivo”. Jesus elogiou Pedro por seu discernimento e profetizou que a igreja seria fundada exatamente sobre essa confissão de fé (Mt 16:13-19). Topo!
            Durante uma forte tempestade noturna, os discípulos remavam seu barco com dificuldade quando viram Jesus andando sobre a água. Acharam que era um fantasma, mas Cristo acabou com o mal-entendido. Quando Pedro recompôs, pediu permissão para andar sobre a água. Jesus concedeu (Mt 14:22-29). Topo!
            Ma quando Pedro viu as ondas revoltas e ouviu o barulho do vento, teve dúvida e imediatamente começou a afundar (Mt 14:30-32) Vale!
            Jesus levou Pedro, Tiago e João ao cume de uma montanha, onde viram sua glória celestial revelada. Moisés e Elias apareceram junto a Jesus (Mc 9:2-4). Topo!
            Mas Pedro ficou tão deslumbrado diante da maravilhosa exibição que, de forma imprópria, ofereceu-se para construir três tendas (Mc 9:5-6). Vale!
            Na noite em que Jesus foi preso, Pedro, depois de insistir que nunca abandonaria seu Senhor, negou três vezes que o conhecia (Mt 26:31-35,69-75). Vale!
            Entretanto, depois da ressurreição de Jesus, Pedro e o Senhor tiveram um café da manhã de reconciliação, e Jesus deu ao discípulo a oportunidade de reafirmar seu amor por ele três vezes (Jo 21:15-19). Topo!
            No dia de Pentecoste, quando o Espírito Santo desceu, Pedro pregou um sermão poderoso que levou três mil pessoas a Cristo (At 2). Topo!
            Contudo, algum tempo mais tarde, mesmo depois deter sido comissionado por Deus para levar o evangelho aos gentios, Pedro os desprezou em favor de alguns judeus cristãos legalistas, o que lhe rendeu uma dura repreensão do apóstolo Paulo (Gl 2:11-16). Vale!
            Todos nós alcançamos topos e descemos a vales em nossa jornada com Cristo. O truque é não tentar acampar na montanha, nem relaxar no vale, mas continuar seguindo adiante – um passo determinado atrás do outro – “até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo” (Ef 4:13).
 

Moral da História: Topos e vales vêm e vão, mas progredir é uma escolha.