24 de out. de 2013

PARECIDOS COM CRISTO

Não estamos bem certos do que realmente significa ser como Cristo. Não sabemos bem o que significa enxergar com os olhos dele, ouvir com seus ouvidos, sentir com seu coração. Às vezes, gostaria de saber. Às vezes, fico pensando como é desejar uma única coisa, sem distração na mente ou divisão no coração. Querer apenas aquilo que o Pai quer. Falar apenas aquilo que o Pai ensinou. Fico imaginando como é esvaziar-me de mim mesmo como Jesus fez. Entregar-me como ele se entregou. Sacrificar a mim mesmo como ele fez.
           
Até que Cristo volte para restabelecer seu reino sobre a terra, Deus está restaurando seu domínio neste mundo rebelde, uma pessoa por vez, uma família por vez, uma igreja por vez. Por ora, o domínio de Deus está sobre aqueles que ostentam sua imagem, aqueles cuja vida reflete seu amor, sua sabedoria, sua compreensão, sua compaixão, seu perdão, sua humildade, sua bondade.
           
É claro que nem todos aqueles que carregam o nome de Cristo ostentam sua imagem. Existe uma diferença entre ser cristão e ser conforme a imagem de Cristo. Tornar-se cristão acontece quando, por assim dizer, uma pedra é libertada da montanha. Várias coisas ocorrem antes, em preparação para esse momento, como a perfuração de buracos e a colocação de cunhas, mas, por fim, uma última fissura libera a pedra. Pode ser um momento de fragmentação, no qual a última rachadura reverbera por toda a pedreira. Ou um momento silencioso no qual a última rachadura é tão leve que passa despercebida. Seja como for, há um instante em que a pedra se solta.
            
Ou seja, fica livre da montanha.
           
Mas não de si mesma.
            
Conformar-se à imagem de Cristo é o processo que Deus usa para libertar a pedra de si mesma. Paulo o expõe em Romanos 8:28-29:

Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.

            
Deus usa as circunstâncias de nossa vida – todas as circunstâncias de nossa vida – como ferramentas. Ele cuida de sua obra da mesma maneira que Michelangelo cuidava da dele. Dentro da pedra tosca de nós mesmos está presa a imagem de Cristo. Para libertar a imagem, ele arranca tudo que não é Jesus.

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