17 de jun. de 2011

O CULTO AGRADÁVEL A DEUS



Jesus declarou que Deus é Espírito e que os verdadeiros adoradores devem adorá-lo em espírito e em verdade (Jo. 4.23). Parece-me que não é comum planejar o culto com a intenção de adorar em espírito (ou Espírito). Paulo escreveu para os filipenses que “nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos pelo Espírito em Cristo Jesus e não temos confiança alguma na carne” (3.3). Contrastada com a adoração judaica, a circuncisão falsa, este versículo ensina que adoração somente será aceitável a Deus se for oferecida em cooperação com o Espírito Santo. Como não sabemos orar se não conseguimos ajuda do Espírito (Rm. 8.26), também não temos capacidade para em nós mesmos adorar. Cultuar sem este auxílio resulta em adoração falha e inaceitável. Torna-se carnal e mundana, como o culto imaturo dos coríntios (ICo 3.1,3; 13.1 – 3).
“Deixem-se encher pelo Espírito”, escreveu Paulo, para que a adoração seja genuína. Esta incluiria “falar entre si com salmo, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor, dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef. 5.18 - 20). Mas isto somente será possível se o Espírito de Deus estiver movendo e incentivando-nos a cultuar e a gozar da comunhão com os irmãos da igreja por meio da música e palavras que exalam amor pelo Senhor. Por isso, a escritura afirma que o fruto do Espírito é amor e alegria.
O indicador que avalia a adoração no Espírito se mostra no efeito produzido pelos cultos. Deus espera comunicação amorosa, louvor e gratidão genuinamente emanando do coração, e não apenas cânticos dos alto-falantes ensurdecentes e mensagens preparadas às pressas sem muita oração. Um culto, que não promove crescimento do amor pelo Senhor e pelos irmãos, falha porque não alcança o seu propósito. Essa adoração não é “no” e nem “pelo” Espírito, portanto, não é adoração que Deus busca, sabendo que fruto do Espírito não é outro senão amor. Jesus disse dos seus contemporâneos: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram...” (Mc. 7.6,7).
Semelhantemente, Paulo lembra aos efésios de sua oração em que pede que, “segundo as suas gloriosas riquezas, ele os fortaleça no íntimo do seu ser com poder, por meio do seu Espírito, para que Cristo habite no coração de vocês mediante a fé” (Ef. 3.16,17). Novamente, notamos que, pela atuação poderosa do Espírito, será possível reproduzir a presença ampla e profunda de Cristo na vida e prática dos irmãos. Desse modo, eles poderão compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que eles possam ficar cheios de toda a plenitude de Deus (v. 18,19). Culto em espírito e em verdade cria a realidade que Deus busca, isto é, adoração que transforma crentes na imagem de Cristo (Rm. 8.29; Cl. 3.10).
(Russel Shedd)

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